terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Heróis da TV (2ª série) nº 58 e 59

Por Valdemar Morais




(Fonte: Mundo Marvel Scans)

Em 1961, os gênios criativos de Stan Lee e Jack Kirby conceberam o Quarteto Fantástico, inaugurando uma nova fase no gênero super-herói das histórias em quadrinhos. Mais do que isso, com a equipe do Sr. Fantástico, Garota (depois Mulher) Invisível, Tocha Humana e Coisa, eles salvaram a editora Atlas Comics da completa falência, transformaram-na na poderosa Marvel Comics e abriram caminho para o surgimento de outros grandes heróis como o Poderoso Thor, Hulk, Homem de Ferro e, é claro, o Homem-Aranha.

O Quarteto Fantástico.
Arte de Jack Kirby para

The Fantastic Four:
The Lost Adventure (2008)
(Fonte: Kirby Museum)
Cinco anos depois, o Quarteto Fantástico já havia enfrentado os monstros do deformado Toupeira, o insano Mestre dos Bonecos, havia encontrado o então desaparecido Namor, o Príncipe Submarino e a colônia oculta dos Inumanos, além de ter se deparado com seu mais viperino adversário, o Dr. Destino, um gênio do mal e ditador de um país do leste europeu. No entanto, nas proximidades da 50ª edição daquele sucesso, Lee e Kirby imaginaram um desafio grandiosamente inédito para a família nº 1 do Universo Marvel, um que pareceria realmente impossível de ser vencido.

Chamada de Trilogia Galactus, por ter sido dividida em três partes e em função de seu grande impacto nos leitores da época, essa inesquecível aventura foi publicada pela primeira vez no Brasil nas revistas O Homem-Aranha nº 64 e 65 (1974), da Editora Ebal, mas os fãs só a puderam ler em cores - ainda que picotada para caber no formato 13,5 x 19 cm- dez anos depois, nas edições nº 58 e 59 de Heróis da TV (2ª série), da Editora Abril Jovem.




O épico começa com estranhos fenômenos acontecendo ao redor do mundo, tais como os céus se incendiando e uma cortina de rochas cobrindo a atmosfera da Terra. O Quarteto Fantástico acaba descobrindo que tudo é obra do Vigia, entidade cósmica conhecida pelo grupo em edições anteriores e que quebrava seu juramento de não interferência no destino das civilizações. E o motivo era plausível, pois ele tencionava ludibriar e afastar o Surfista Prateado, um imponente ser brilhante que navegava pelo espaço como arauto de uma temida criatura: Galactus.



Galactus confronta o Vigia
sob os olhares atônitos do Coisa,
Garota Invisível e Sr. Fantástico.
Arte de Jack Kirby para
The Fantastic Four nº 49.
(Fonte: Byrne Robotics)
Galactus era um humanoide de proporções gigantescas, cujas origens remontavam ao início do próprio universo. Conhecido como o Devorador de Mundos, Galactus se alimentava da energia provida pela drenagem dos recursos naturais de planetas. Para encontrar mais rapidamente os mais aptos a serem devorados, Galactus empregou o Surfista Prateado, que singrava o cosmos, ungido de poder, à cata de mundos desabitados. Mas planetas com essa característica se tornaram escassos e Galactus, já quase exaurido de forças, não tinha mais como esperar. O Surfista achou o sistema solar da Terra e ela foi escolhida como presa.

A fim de salvar a Humanidade, o Quarteto Fantástico se lança em ataque a Galactus, que sequer lhes dá atenção, tamanha a discrepância de poderes. Enquanto isso, o Surfista Prateado, de maneira serena, tentava a todo custo convencer os humanos de que lutar era inútil, pois era seu destino perecer para saciar a fome de seu amo.







Sem muito que fazer, o Sr. Fantástico, a Garota Invisível e o Coisa tentaram retardar a montagem do equipamento que transformaria a Terra em alimento de Galactus. Enquanto isso, o Vigia enviou o Tocha Humana, viajando através das dimensões, para o local onde ficava a Estação Espacial do Devorador de Mundos, pois lá ele encontraria o único artefato capaz de afugentar a criatura.

No entanto, em meio à batalha entre o resto do Quarteto e Galactus, o Surfista Prateado, intrigado pela resistência humana na luta pela sobrevivência, acaba entrando em contato com a escultora Alicia Masters, a namorada cega do Coisa. A conversa com Alicia desperta no Surfista a comoção sobre o valor da vida humana e a tragédia que está prestes a acontecer. Para evitar o pior, o Surfista se volta contra o seu senhor.

O Surfista Prateado recobra sua humanidade
e se volta contra seu mestre.
Arte de Jack Kirby para

The Fantastic Four nº 50.
(Fonte: Comics Alliance)

Confrontado pelo arauto e ameaçado pelo Quarteto Fantástico, graças ao Nulificador Total, equipamento capaz de minar suas forças e trazido pelo Tocha Humana, Galactus acaba desistindo de consumir a Terra e promete nunca mais tentar fazê-lo.  Em compensação, antes de partir em busca de outro planeta para devorar, o gigante amaldiçoa o Surfista Prateado e o aprisiona na Terra, impedindo-o de voltar a viajar pelas estrelas.

Cheia de surpresas e tensão, concebida no auge da parceria Stan Lee e Jack Kirby – com o acompanhamento de Joe Sinnott-, a Trilogia Galactus causou frisson no público, que se encantou com a ameaça incalculável do Devorador de Mundos e o puro carisma do Surfista Prateado. Os dois personagens se tornaram recorrentes em fases seguintes do Quarteto Fantástico – como o são até hoje- e o Surfista, ao conquistar grande popularidade, chegou a ganhar revista própria em 1968, com roteiros de Stan Lee e arte de John Buscema.







Ainda que tenha marcas características da época em foi publicada, a Trilogia Galactus merece uma conferida não só pelo seu teor histórico, mas pelo próprio entretenimento. Apesar de procurada, a saga nunca mais foi republicada, nem mesmo em encadernados especiais. A Biblioteca Histórica Marvel: Quarteto Fantástico, série de livros em capa dura lançada pela Panini Comics em 2007, trazendo as HQs da equipe em ordem cronológica, papel especial e em cores, não passou do primeiro volume. Desse jeito, só resta procurar nos sebos as edições de Heróis da TV que trazem esse épico Momento Marvel.


HERÓIS DA TV (2ª SÉRIE) Nº 58 E 59
Histórias: Trilogia Galactus (A Chegada do Surfista Prateado; A Fantástica Saga do Surfista Prateado; Ao Salvador, o Exílio). 
Ano de Lançamento: 1984.
Editora: Abril Jovem/Marvel Comics.
Roteiro: Stan Lee.
Desenhos: Jack Kirby.
Arte-final: Joe Sinnott.
Cores: Flora Schuch.
Tradução: Jotapê Martins.
Publicada originalmente em: The Fantastic Four nº 48, 49 e 50 (1966).
Personagens: Quarteto Fantástico.
42 páginas (de um total de 60)

Fonte


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Pantera Negra: O Rei Super-Herói de Wakanda!

Por Valdemar Morais



Pantera Negra no traço de Frank Cho.
(Fonte: ArtVerso)









Nome Original: Black Panther.
Criadores: Stan Lee e Jack Kirby.
Alter-egos: T’Challa.
Amigos: Capitão América, Quarteto Fantástico.
Inimigos: Garra Sônica, Lobo Branco, Hatut Zeraze, Achebe.
Afiliações: Os Vingadores, Quarteto Fantástico.
Primeira Aparição: The Fantastic Four nº 52 (1966)- Marvel Comics.












Primeiro super-herói negro do grande mercado, o Pantera Negra nasceu da percepção dos geniais Stan Lee e Jack Kirby, que acabavam de testemunhar a eclosão do Movimento dos Panteras Negras, um grupo de defesa aos direitos dos negros nos Estados Unidos, a partir de uma perspectiva mais pró-ativa. Num Universo Marvel já incandescente desde a criação do Quarteto Fantástico em 1961, esse evento não poderia passar despercebido.

Na história, Wakanda é um país africano rico, altamente tecnológico, jamais colonizado por qualquer país europeu. Um reino governado pelo chefe da Tribo Pantera, que por sua vez, também reina sobre as outras tribos e sobre todo o país. Pantera Negra é um título cerimonial, dado sempre ao herdeiro legítimo do trono.

A maior riqueza de Wakanda é um metal chamado vibranium, dotado de características únicas e encontrado em abundância nas jazidas do país. Durante séculos, os reis de Wakanda tinham mantido um controle racional da exploração do vibranium, garantindo sobretudo que toda a renda fosse revertida para o bem do povo. Um dos mais queridos reis de Wakanda foi T’Chaka, que por sua vez repassou todas as lições sobre honra, nobreza, coragem e benevolência para seu filho, T’Challa.

O caminho de pai, filho e do povo de Wakanda cruzaria com o do físico inescrupuloso Ulysses Klaw. Este havia desenvolvido um processo capaz de criar objetos sólidos a partir de ondas sonoras. No entanto, para isso era necessário o uso do vibranium na confecção dos equipamentos. Com a recusa de T’Chaka em liberar o metal para o cientista, Klaw assassina o rei. Testemunha do crime e em busca de vingar o pai, T’Challa ataca o criminoso e sua comitiva. Com uma arma sônica do próprio bandido, o príncipe feriu Klaw, que teve a mão esquerda amputada.

Com Wakanda dominada por exploradores do vibranium, T’Challa passou pelo ritual do Pantera Negra: depois de vencer seis dos maiores guerreiros tribais num combate mortal,  ele ganhou  o traje do Pantera Negra- com revestimentos e garras retráteis em vibranium - e teve permissão de comer a erva em forma de coração, que ampliou sua força, seus  sentidos, velocidade, agilidade, força e resistência. Somando isso a seu grande intelecto - T'Challa estudou nos melhores colégios do mundo e se formou em Física-, ele partiu para os Estados Unidos na busca de achar aliados capazes de expulsar os invasores de sua nação.


Pantera Negra 
contra Garra Sônica: inimigos letais.
Arte de John Buscema para

The Black Panther nº 15 (1979)
(Fonte: Comic Collector Live)

Foi o Quarteto Fantástico que atendeu ao seu apelo – depois de ser derrotado, membro por membro pelo herói africano- e na batalha contra Klaw, o vilão usou em si mesmo o equipamento que desenvolveu com o vibranium, transformando-se no Garra Sônica, inimigo mortal do Pantera Negra e feito de pura energia. Conquistada a vitória depois de uma eletrizante batalha, T’Challa pode enfim assumir o trono de Wakanda.

A partir dali, o soberano e herói ajudou várias vezes seus amigos do Quarteto Fantástico, inclusive integrando a equipe por algum tempo em histórias recentes. Ao conhecer o Capitão América, ganhou seu respeito e respaldo ao ponto de entrar para os Vingadores. Num primeiro momento, T'Challa aceitou o convite para poder espionar os superseres, mas com o tempo acabou  fazendo amizade com os principais super-heróis do mundo e se tornou um dos integrantes mais populares dos Vingadores.





Dividido entre suas ocupações de herói e governante, T'Challa deixou pouco espaço para a vida pessoal, o que tumultuou o seu relacionamento com a assistente social estadunidense Mônica LynneApesar disso, após terminar seu envolvimento com Lynne, T'Challa redescobriu uma paixão de infância em Ororo Munroe, a mutante queniana conhecida como Tempestade, dos X-Men. Os dois assumiram esse amor e se casaram. No entanto, a união se desgastou rapidamente e logo cada um voltou para seu canto. 



Além do Garra Sônica, o Pantera Negra tem como adversários seu irmão adotivo Lobo Branco, líder dos Hatut Zeraze, a polícia secreta de Wakanda destituída por T'Challa, e Achebe, um religioso que usa a fé de seus fiéis e seus conhecimentos sobre explosivos para realizar seus devaneios de comandar Wakanda. Defensor incondicional de seus súditos, o Pantera Negra usa seus recursos vultosos e sua inteligência perspicaz para estar sempre um passo à frente dos problemas. 


Fonte

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Soc! Tum! Bang! E a Linguagem das HQs

Por Valdemar Morais



O ato parece bem simples: olho no texto, olho na imagem, e assim se repete até a conclusão da história. Nos quadrinhos, a união de texto e imagem é um dos aspectos que torna esse meio de comunicação dono de características únicas. Somados a recursos estéticos e literários, esses dois elementos podem causar diversas emoções no público leitor, seja o riso, o choro ou o asco.

São os mesmos recursos que, em função do hábito da leitura, praticamente as pessoas comuns passam batido e acabam dando pouca ou nenhuma importância, o que, em relação aos fãs já calejados e aos criadores, é justamente o contrário. Durante sua evolução através dos anos, a arte sequencial, embora tenha seguido por caminhos naturalmente diversos em cada continente, moldou sua própria linguagem, com termos e ícones decerto convencionados.

Will Eisner (1917-2005), considerado o Papa dos Quadrinhos, corrobora esse ponto de vista em sua seminal obra, Quadrinhos e Arte Sequencial: “As histórias em quadrinhos comunicam numa ‘linguagem’ que se vale da experiência visual comum ao criador e ao público. Pode-se esperar dos leitores modernos uma compreensão fácil da mistura imagem-palavra e da tradicional decodificação do texto”.

Como em qualquer forma de comunicação, a linguagem das HQs é o canal para a transmissão da mensagem e é com o pleno entendimento dela que se evitam os chamados “ruídos” entre criadores e público, possibilitando a vivência completa das emoções que os escritores tencionam gerar nos fãs.

Conheça alguns dos termos da específica linguagem das HQs.




SPLASH PAGE
Exemplo de uma splash page com
quatro quadros. Arte de Neal Adams
para a revista
Detective Comics nº 404 (1970)
(Fonte: Diversions Of The Groovy Kind)

Atualmente, há quem diga que seja um quadro de página inteira. No entanto, a princípio, esse termo caracteriza a página que traz o início de fato da história, incluindo inclusive o título, a logo do personagem caso haja e os créditos. Comumente, a splash page tem no máximo dois quadros.

















ENQUADRAMENTO

Frank Miller usou à exaustão a
proximidade entre HQ e cinema nos
enquadramentos.
Arte de Miller para
Daredevil nº 172 (1981)
(Fonte: Dan Perez Films Tumblr)

Os quadros ou quadrinhos ganham profissionalmente a nomenclatura de enquadramento. Neste quesito, as HQs se assemelham demais ao cinema, pois o que acontece no quadro é justamente aquilo que se quer que o espectador, no caso o leitor, veja. A similaridade é visível inclusive nos roteiros dos escritores, que utilizam tomadas típicas do cinema como o close-up, o plano médio, plano aberto, entre outros, para esclarecer exatamente o que quer que o desenhista crie.




















A semelhança dos balões com uma espécie de fumaça
foi o que batizou a Nona Arte na Itália,
onde é conhecida como
fumetti. Arte de Galep para
Tex nº 29 (1962)
(Fonte: Críticas Texianas)
BALÃO DE FALA, PALAVRAS OU BALÃO

É a figura oval – mas que também pode ser quadrada ou retangular- que traz em si o que cada personagem fala.

RABICHO OU SETA
O rabicho ou seta é uma proeminência que salta do balão e orienta o leitor para que ele saiba qual personagem está falando.











BALÃO DE SUSSURRO

O balão de sussurro pontilhado é mais comum
nas tiras. Arte de Lorenzo Kafer para a tirinha
Progresso, de 6 de janeiro de 2012.
(Fonte: Putztironas)

É um balão semelhante ao de fala normal, mas cuja linha se apresenta pontilhada, simbolizando que o personagem em questão fala baixo, sussurra. Nos quadrinhos modernos, é mais comum utilizar a técnica de diminuir o tamanho da tipografia.













BALÃO DE PENSAMENTO

Exemplo de balão de pensamento na edição
107 de Superman's Girlfriend Lois Lane (1971).
Arte de Ross Andru.
(Fonte: Comic Book Resources)

O balão de pensamento, como o próprio nome diz, expõe o que se passa pelas cabeças dos personagens. Para isso, substitui a seta por uma sequência de bolhas que se liga à cabeça de quem está pensando. Atualmente, os balões de pensamento estão praticamente extintos, com os escritores preferindo o uso dos recordatórios para dar um ar mais intimista junto aos leitores.













BALÃO DE EXPLOSÃO


Balão de explosão em tira de Os Sousa (1968-1989)
uma das poucas séries de viés adulto de Maurício de Sousa.
A série ganhou uma republicação em 2010 pela editora L&PM.

(Fonte: Blog dos Quadrinhos)

Elaborado para indicar volume/estresse ou uma transmissão de rádio ou de telefone, o balão de explosão – ou balão elétrico- tem uma constituição estilo “porco-espinho”. Assim como o balão de pensamento, tem caído em desuso, sendo substituído por onomatopeias estilizadas (no caso das explosões) ou por balões de fala com setas em forma de raio (no caso de transmissões eletrônicas).




LEGENDA OU RECORDATÓRIO

A minissérie Watchmen tem sua trama praticamente
toda conduzida pelos recordatórios. 

Em especial, os que
simulam o diário do personagem Rorschach.
Arte de Dave Gibbons para
Watchmen nº 1 (1986)
(Fonte: Quadrinhos de Super-Heróis)
Encontradas em qualquer lugar da tomada (enquadramento), a legenda ou recordatório são frases ou fragmentos de frases, abrigadas por retângulos, que tem múltiplos usos. Podem indicar um lugar, uma mudança de tempo no decorrer da trama ou, como é utilizada em larga escala atualmente, um meio para os comentários/pensamentos dos personagens à disposição do leitor. Na Língua Portuguesa, o termo recordatório é mais comum porque era usado em publicações antigas para recapitular eventos anteriores à história a ser lida.














ONOMATOPEIA
O poderoso soco do Superman da Terra 2 salta das páginas 
e aniquila o vilão Antimonitor em cena de Crise Nas Infinitas Terras nº 12 (1986).
Arte de George Pérez.
(Fonte: Antimonitor HQs) 

Um dos elementos mais distintos das histórias em quadrinhos, essa figura de linguagem tem papel fundamental na compreensão de sons e emoções nas histórias, aparecendo nos quadros na forma de palavras que simulam esses efeitos em letras garrafais. Praticamente há centenas delas e frequentemente variam de um país para outro. 





QUADRO DE PÁGINA INTEIRA


Página da graphic novel
Silver Surfer: Judgement Day (1988).
Publicada no Brasil em
Graphic Marvel nº 9,
obra é toda feita em quadros de página inteira.
Arte de John Buscema.

(Fonte: Marvel 1980s)


Evidentemente, é um enquadramento cujos elementos ocupam a página inteira. Geralmente, são elaborados com o intuito de enfocar cenas de grande impacto, por isso tanto podem ser usados no interior da revista, graphic novel ou álbum como também tem a faculdade de serem usados como capas. Hoje em dia, já existem quadros de páginas duplas e até quádruplas.









HISTÓRIA
A história é justamente uma narrativa que é apresentada de forma integral, com início, meio e fim.



ARCO DE HISTÓRIA
Arcos de história, termo oriundo das séries de TV, são mais comuns em séries regulares (quinzenais ou mensais). Refere-se a uma trama que se desenvolve em sucessivas histórias até chegar à sua definitiva conclusão. Frequentemente, após o fim de sua publicação, todas as edições são compiladas num único volume, o encadernado. 



FLASHBACK

A coloração diferente dos quadros denuncia: Batman está vivendo
mais uma vez a trágica morte de seus pais.
Arte de Jim Lee para
Justice League nº 11 (2012).
(Fonte: Tessatechaitea)

Recurso extraído da Literatura, o flashback é a apresentação de fatos que ocorreram antes da ação principal da história. Segundo o veterano editor e escritor Denny O’Neil, autor do Guia Oficial DC Comics-Roteiros, o uso repetido do flashback deve ser evitado e orienta que esse recurso deve ser usado “apenas quando a lógica da história exige – quando um personagem precisa de lembrar de algo que tem uma ligação direta no que está acontecendo com ele, por exemplo”. O escritor também esclarece que evidenciar ao leitor que o que se mostra é um flashback, algo do passado, ainda que com uma mera flexão de verbo, é importantíssimo. Outras formas de se explicitar os flashbacks são o arredondamento das arestas dos quadros ou uma colorização diferenciada dos mesmos. Mais raro que o flashback, o flashforward, seu inverso, também segue as mesmas regras estilísticas. 





As linhas de ação enchem de vida
a capa da histórica 

The Avengers nº 4 (1964).
Arte de Jack Kirby.

(Fonte: JHU Press Blog)




LINHAS DE AÇÃO


São linhas elaboradas pelo desenhista para demonstrar movimento e impedir que nos quadros hajam apenas figuras estáticas.












LINHAS RADIAIS
Linhas que indicam objetos quentes, radiativos ou que emitem algum tipo de energia.




MULTIMAGEM

O homem mais rápido do mundo
é o rei das multimagens, que fazem parte 
de suas HQs desde sua criação em 1940.
Arte de Francis Manapul para
The Flash: Secret Files and Origins nº 1 (2010).
(Fonte: Entertainment Fuse)




Várias imagens que mostram uma sequência de ações de um determinado personagem, sendo a última delas nítida e/ou colorida, enquanto as outras mostram onde ele estava segundos antes.
















TIPOGRAFIA
As letras nos balões também servem como meios de indicar diferentes ações ou emoções. A mudança de fonte, estilo e/ou tamanho delas pode indicar um falar baixo ou alto, pensamentos “altos” ou mais íntimos, graus variados de ênfase ou até mesmo se transformar num objeto da própria história, como a escrita cursiva de uma carta ou a codificada de uma tela de equipamento eletrônico. 

Fonte:



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O Escudo: O Destruidor de Tiranos!

O Escudo e seus principais coadjuvantes:
atrás, o garoto Bob e nos círculos,
Betty Warren, Mamie Mazda e
seu namorado JuJu Watson

(Fonte: DC Wikia)

Por Valdemar Morais




Nome Original: The Shield.
Criadores: Harry Shorten e Irv Novick.
Alter-egos: Joe Higgins.
Amigos: Betty Warren, JuJu Watson e Bob.
Inimigos: Dr. Wang, Abutre, Estrangulador, o Huno.
Afiliações: Os Poderosos Cruzados.
Primeira Aparição: Pep Comics nº 1(1940)- MLJ/Archie Comics.











Primeiro de uma leva de heróis patrióticos que pipocaram nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, o Escudo é o químico Joe Higgins, filho do tenente do exército Tom Higgins. O pai de Joe também era um cientista e trabalhava num composto que era capaz de transformar uma pessoa comum num super-homem, com reflexos, força e sentidos aguçados. No entanto, o pesquisador acaba morto num plano de sabotagem do espião alemão Hans Fritz, durante a explosão de Black Tom, em 1916. A culpa sobre a tragédia também recai sobre o Dr. Higgins.

Após a morte do pai, Joe continuou sua obra e descobriu que o sucesso da fórmula se baseava na aplicação dela em determinadas partes da anatomia: sacro, coração, sistema nervoso, olhos, pulmões e pele (ou no original, Sacrum, Heart, Innervation, Eyes, Lungs e Derma), além de doses de raios X. Ele testa o processo em si mesmo e se vê capaz de dar grandes saltos, além de uma força e agilidade acima da média. Decidido a limpar o nome do pai e combater os inimigos dos Estados Unidos, Joe se torna um agente do FBI sob as ordens diretas de J. Edgar Hoover e confecciona um traje invulnerável, baseado nas cores da bandeira estadunidense. Inspirado nas iniciais das partes de seu corpo que receberam o composto químico, Joe Higgins se torna o super-herói chamado The Shield, o Escudo.

O Escudo combatia diversas ameaças ao poderio estadunidense, que eram frequentemente representadas por vilões ligados ao Eixo (Alemanha e Japão, em especial), como o Dr. Wang, o ardiloso Abutre, cujas orelhas pontudas e a face esverdeada jamais se soube se eram parte de uma máscara ou de sua aparência real e o agente nazista Huno, dono de um traje especial que melhorou seu corpo e mente, tornando-o um adversário muito resistente. 


Nas suas missões, a princípio, Joe Higgins contou com o apoio de sua namorada, Betty Warren e posteriormente ganhou como parceiro o obstinado JuJu Watson. Porém, seu mais célebre companheiro de aventuras seria o garoto Bob (Dusty, no original), cuja vida salvou de um desastre aéreo e adotou como filho. De seus parceiros de aventura, o menino era o único que sabia que o Escudo e Joe Higgins eram a mesma pessoa.

O Escudo à frente dos Poderosos
Cruzados.  Capa de The Mighty Crusaders
nº 4 (1966). Arte de Paul Reinman.
(Fonte: DC Wikia)


O Escudo viveu diversas aventuras, inclusive ao lado de outros heróis como Capuz Negro, Cometa, o Mosca e a Garota-Mosca, integrantes dos Poderosos Cruzados. O interesse pelo Escudo durou até que ele fosse suplantado pelo personagem Archie Andrews, que virou a sensação da editora MLJ. Tanto que esta chegou a mudar seu nome para Archie Comics. Ocasionalmente outras versões do Escudo surgiram durante os anos 1960, durante o revival dos super-heróis gerado pela Marvel Comics e, mais recentemente, em 2010, numa série limitada e licenciada da DC Comics. 










Fonte: