quarta-feira, 27 de março de 2013

Joe Kubert, o Eterno Professor!






Joe Kubert


Por Valdemar Morais




Ser leitor de quadrinhos às vezes não basta. O amor pela Nona Arte é tão grande que vira realização pessoal e esta só chega quando se concretiza o sonho de escrever e/ou desenhar aqueles seus personagens mais queridos. Ou quando se cria os seus próprios. Há alguns anos, para a maioria, isso não passava de um devaneio distante. Contudo, um homem não se satisfez em ser um ídolo dos quadrinhos, um artista completo, e se esforçou para tornar esse sonho mais próximo, profissionalizando a figura do quadrinista e abrindo caminho para uma seara de grandes talentos. Este, possivelmente, foi o maior legado do ícone chamado Joe Kubert.



Yosaif Kubert tinha apenas dois meses de vida quando, em 1926, veio com os pais, Etta e Jacob Kubert, e a irmã Ida, de Jezierzany (Polônia, hoje Ucrânia) para os Estados Unidos, em busca de melhores condições de vida. A família se estabeleceu no bairro do Brooklyn, notável pela sua variedade étnica e pela pobreza. Lá, Jacob passou a sustentar a família trabalhando como açougueiro e quando Yosaif, rebatizado Joseph, contava com quatro anos, ele e a esposa perceberam o interesse e o talento do menino para o desenho, depois de ser presenteado com uma caixa de giz de cera.

Assim como outros futuros mestres dos quadrinhos como Will Eisner e Jack Kirby, Joe tinha como inspiração as tiras dominicais de jornal, em especial os trabalhos de Hal Foster e Milton Caniff. Desenvolvendo um rápido domínio sobre a ilustração, com apenas 11 anos, Joe Kubert foi batalhar por seu lugar ao sol no mundo dos quadrinhos.

Colocando as asas pra fora

Como que para perpetuar seu mito, Joe nunca precisou como foi de fato seu início de carreira, por isso existem diversas versões. A mais comumente aceita é a de que começou como aprendiz nos estúdios MLJ, futura Archie Comics. Depois de um período de estágio, aprendendo como funcionava a indústria, foi incumbido de arte-finalizar uma HQ do legendário mocinho Archie.

Bem jovem, Kubert já impressionava pelo
dinamismo de sua arte.  Aqui, splash page
de uma aventura de Volton, em 1942.

(Fonte: Four Color Shadows)
Nesse período, Kubert tencionava refinar seu talento na High School Of Music and Art, mas a impaciência de quem busca logo se afirmar o levava a faltar às aulas para procurar editoras e oferecer seus dotes. O esforço deu certo e vieram alguns trabalhos, sendo o mais relevante deles suas histórias ilustradas e arte-finalizadas do herói Volton, da Holyoke Publishing, em 1942. Com elas, o mercado notou as habilidades únicas de um simples garoto de subúrbio de apenas 15 anos.
Depois de vários trabalhos em diversas editoras, a chegada de Kubert na All-Star Comics trouxe um considerável ganho para sua carreira. Antes de serem propriedade da DC Comics, os super-heróis Mulher-Maravilha, Lanterna Verde, entre outros, pertenciam à All-Star Comics, uma das primeiras editoras a publicarem as histórias em quadrinhos no formato revista com grampos. Lá, Kubert foi instruído pelo escritor e editor Sheldon Mayer, que contribuiria para que o artista aprimorasse sua narrativa e desse seus primeiros saltos como roteirista de HQs.


Em 1944, a All-Star foi comprada pela National Allied Company (futura DC Comics) e com isso, Kubert pode trabalhar com diversos personagens como Flash, Johnny Quick, Sr. Destino e iniciou sua marcante associação com o guerreiro alado Gavião Negro.

Bárbaras criações

Por oito anos, Kubert fez grande sucesso na National, desenhando vários super-heróis. Eventualmente ilustrava para outras editoras histórias de ficção científica, terror, faroeste, romance, espionagem e fantasia. Em 1950, seu trabalho nas séries Secret Missions e Son Of Sinbad, da editora St. John, causou tamanha sensação que Archer St. John, proprietário da editora e seu amigo pessoal, o convidou para ser editor de arte e da divisão de quadrinhos da St. John.
No irrecusável emprego, Kubert cuidou da supervisão do trabalho de outros artistas, contratou novos talentos e começou a roteirizar HQs para si e para outros profissionais. No entanto, essa incursão de Kubert acabou interrompida com sua convocação para a Guerra da Coreia (1950-1953). Encarregado de serviços administrativos, o artista permaneceu na Europa até 1952, onde mesmo assim ainda fez alguns trabalhos pelos correios.

Tor durante seu revival promovido pela
National Comics (DC Comics). 
Arte de Kubert para Tor nº 1 (1975).
(Fonte: HCast)


De volta aos Estados Unidos e à St. John, Kubert trabalhou em várias séries de terror da editora. Inspirado no personagem Tarzan, seu herói de juventude, Kubert concebeu um de seus mais célebres personagens, o homem das cavernas Tor, que enfrentava os perigos da era pré-histórica. Logo depois, o artista lançou com sucesso a revista Three Dimension Comics, uma HQ que acompanhava um óculos para se ler em três dimensões. A tentativa malfadada de expandir esse formato para todas as revistas da St. John levou a editora a extinguir sua divisão de quadrinhos e se concentrar em outras publicações, forçando Joe Kubert a procurar outro trabalho. 





O Príncipe Viking foi um dos inusitados
heróis que Joe Kubert ajudou a conceber.
Capa de
The Brave And The Bold nº 22 (1959)
(Fonte: Rip Jagger's Dojo)


Depois de alguns trabalhos menores em diversas editoras – entre elas, a futura Marvel-, Kubert voltou à sua casa, a National Comics, onde trabalhou nas principais revistas do gênero guerra. Na editora, Kubert traria ao mundo outra brilhante criação, desta vez ao lado do lendário escritor Robert Kanigher (1915-2002), um de seus mais marcantes parceiros de trabalho. Na história A Batalha Pelo Barco do Dragão, na primeira edição da clássica série The Brave And The Bold, os fãs conheceram o Príncipe Viking, um guerreiro com amnésia que vivia grandes aventuras num mundo fantástico ambientado no século IX. O personagem se tornou o mais famoso da antologia e a protagonizou até 1959.






Rock and War

Rock no traço de Kubert em seu 
aniversário de 200 edições.
Capa de
Our Army At War nº 280 (1975)
(Fonte: Collectorz)
O realismo da arte de Kubert fez seu nome para ser um dos artistas mais requisitados para os quadrinhos de guerra que faziam sucesso nos Estados Unidos dos anos 1950. No fim da década, no entanto, ele alcançou seu auge nesse gênero quando criou, junto com o mesmo Kanigher, o Sargento Rock, um ex-boxeador e soldado durão que não arredava pé de uma batalha, surgido numa HQ curta da antologia G. I.Combat nº 58  (1958).

Com o carisma adquirido pelo guerreiro, Kanigher e Kubert refinaram a criação e reapresentaram Rock em Our Army At War nº 81. Agora, Frank Rock era o líder da Companhia Moleza, um pelotão historicamente famoso no combate ao Eixo na Segunda Guerra Mundial. Com personagens marcantes, as histórias de Rock e seus soldados tomaram de assalto a série e, apesar da ambientação, continuam excelentes até hoje.




À Rock, se somaram outros icônicos personagens como o Ás Inimigo - polêmica série protagonizada por um piloto alemão que combate ingleses e estadunidenses durante a Primeira Guerra Mundial- e o Soldado Desconhecido - um corajoso soldado estadunidense, desfigurado e sem identidade, enviado nas missões mais arriscadas-, todos de autoria de Kanigher e Kubert.


Do céu à selva

Depois de um hiato de anos, o Gavião
Negro voltou em grande estilo com
a arte detalhista de Joe Kubert.
Capa de sua autoria para
The Brave and The Bold nº 42 (1962).
(Fonte: Popbotics)

A partir de 1955, a National Comics começou a retomada dos super-heróis depois de um período de declínio do gênero. Depois do sucesso da reformulação de personagens como Flash e Lanterna Verde, em 1961 foi a vez do Gavião Negro. Tendo desenhado o herói quase vinte anos antes, Joe Kubert foi chamado para ilustrar a reformulação conduzida por Gardner Fox. A arte de Kubert garantiu o sucesso da série e estabeleceu o padrão visual do Gavião Negro convencionado até hoje.








O Tarzan de Joe Kubert foi uma das
melhores versões do icônico herói.
Capa do primeiro encadernado lançado
no Brasil pela Devir em 2010.

(Fonte: Vortex Cultural)


Atendendo a um convite de Carmine Infantino, editor-chefe da National, Kubert assumiu o posto de Diretor de Publicações da editora. Nesse cargo, Kubert conseguiu realizar um sonho, ao adquirir os direitos de publicação do personagem Tarzan para a National. O artista, que nunca parou de desenhar, assumiu os roteiros e a arte da nova série do Rei das Selvas, que ficou famosa ao trazer uma África extremamente atraente e apresentar muita fidelidade aos textos de Edgar Rice Burroughs, criador do personagem.  A série durou de 1972 a 1977, quando os direitos de publicação de Tarzan foram assumidos pela Marvel Comics.




Professor Kubert!

Com o apoio da esposa Muriel, Kubert largou o cargo na National em 1976 e concretizou um sonho há muito acalentado: a profissionalização dentro das histórias em quadrinhos. Assumindo o papel de diretor e professor, Kubert abriu a The Joe Kubert School of Cartoon and Graphic Art, onde passou a acolher e instruir jovens que aspiravam seguir seus passos na lida com as HQs. Dentre os grandes artistas que a escola rendeu ao mundo, destacam-se Steve Bissette, Timothy Truman, Alex Maleev e os próprios filhos de Joe, Adam e Andy Kubert. Abaixo você pode ver um vídeo promocional que mostra as dependências e atividades da Escola Kubert com comentários dos seus principais instrutores.

O comando da escola de arte forçou Kubert a diminuir sua produção nos anos seguintes. Mesmo assim, ainda produziu algumas histórias para o Sargento Rock e Tarzan, no fim dos anos 1970, criou a série infantil The Adventures of Yaakov and Yosef e realizou mais um sonho de infância ao conduzir a produção das tiras de jornal de Terry e Os Piratas. Nos anos 1990, Kubert criou algumas graphic novels para a editora Malibu e o selo Epic, da Marvel Comics.

O mestre voltaria a chamar atenção em 1997 quando faturou os troféus Harvey e Eisner com a graphic novel Fax From Sarajevo (1996), inspirada na correspondência de Kubert com seu amigo Ervin Rustemagic durante a guerra na Sérvia. O prestígio de Joe fez dele o primeiro artista estadunidense a ser convidado a ilustrar uma aventura do caubói italiano Tex em O Cavaleiro Solitário (2001), história de Claudio Nizzi especialmente planejada para o ingresso do personagem no mercado estadunidense.



Página de Fax From Sarajevo: drama real inspirou
graphic novel premiada de Kubert.
(Fonte: Wednesday's Heroes)
Nesse começo dos anos 2000, Kubert lançou algumas graphic novels, dentre as quais se destaca Yossel: April 19, 1943, evocando os dramas da Polônia tomada pelos nazistas. Em 2003, o artista voltou a associar seu nome ao seu mais célebre personagem em Sargento Rock: Entre o Céu e o Inferno, minissérie com texto de Brian Azzarello. Três anos depois, Kubert repetiu a dose, desta vez em voo solo, na tocante minissérie Sargento Rock: A Profecia. Ambos os trabalhos foram publicados no Brasil em versão encadernada. Tudo isso, é claro, sem falar em centenas de capas criadas por ele para diversas séries.







Capa de Before Watchmen: Nite Owl nº 2 (2012),
com desenho de Andy Kubert e arte-final de
Joe Kubert.
(Fonte: DC Comics)
Em 2008, depois de 57 anos de união e cinco filhos - além de Andy e Adam, compunham a família Lisa, David e Daniel-, Joe perdeu Muriel para o câncer. Mesmo com a partida dessa companheira para todas as horas- ela também administrava a Escola Kubert-, Joe prosseguiu em seu ofício como criador e professor sem jamais pensar em parar. Junto com o filho Adam, Joe tornou a trabalhar com o Sargento Rock no projeto semanal Wednesday Comics (2008), da DC Comics, numa HQ de dez páginas e sob a arte de Andy, trabalhou arte-finalizando a minissérie Coruja, parte integrante do polêmico projeto Antes de Watchmen (2012), que serve de prelúdio à clássica minissérie de Alan Moore e Dave Gibbons





Infelizmente, o legendário artista não pode ver a conclusão desse trabalho publicada. Vítima de mieloma múltiplo, um tipo de câncer, Joe Kubert faleceu em 12 de agosto de 2012, aos 85 anos, deixando, nas palavras do editor Alexandre Callari em memorial na revista mensal Flash, o “mundo dos quadrinhos um pouco mais frio”. Em 2002, esse grande expoente das HQs concedeu uma entrevista ao site Universo HQ, onde falou de suas influências e trabalhos. É uma chance de conhecer um pouco mais desta lenda e, sobretudo, de se sentir motivado a mergulhar em sua obra que continuará para sempre rendendo muita diversão e grandes lições.

Os Kubert, uma família dedicada às HQs: em sentido anti-horário, Joe, Adam, Andy e a prancheta.
(Fonte: Kuentro²)


Fonte
  •          Velho de Guerra em Mundo dos Super-Heróis nº 20, Editora Europa (2010);
  •          A Morte de Joe Kubert em Flash nº 4, Panini Comics (2012);
  •          Joe Kubert em Wikipedia (English);
  •          The Kubert School.


segunda-feira, 25 de março de 2013

Capitão América: O Sentinela da Liberdade!






Capitão América em pintura de Dean White
sobre desenho original de Jack Kirby.

(Fonte: Comicvine)

Por Valdemar Morais





Nome Original: Captain America.
Criadores: Joe Simon e Jack Kirby.
Alter-egos: Steve Rogers, Capitão.
Amigos: Sharon Carter, Bucky, Falcão, Rick Jones, Homem de Ferro, Thor, Nick Fury, Viúva Negra.
Inimigos: Caveira Vermelha, Barão Zemo, Grande Mestre, H.I.D.R.A., Arnim Zola, Dr. Faustus, Ossos Cruzados, M.O.D.O.K., Batroc, Pecado, IMA.
Afiliações: Invasores, Vingadores.
Primeira Aparição: Captain America Comics nº 1 (1941)- Timely/Marvel Comics.








O franzino Steve Rogers cresceu durante a Grande Depressão, um período de angústia e incerteza para os Estados Unidos. Apesar de seus problemas físicos e financeiros, Rogers jamais se curvou ante as adversidades e lutou para sobreviver. Até que veio a Segunda Guerra Mundial. Como qualquer estadunidense, ele se preocupava com o que acontecia no front. Numa noite, foi se entreter assistindo aos filmes jornalísticos que mostravam o panorama do conflito e ficou penalizado pelas atrocidades que a máquina de guerra da Alemanha Nazista cometia. Rogers, temendo por seus compatriotas e pela própria manutenção da liberdade, saiu do cinema decidido a se alistar no Exército.

No entanto, a constituição física do rapaz era desprezível e ele acabou rejeitado. Sensibilizado pelo ímpeto de combate de Rogers, o General Chester Phillips o convidou a participar de um experimento supersecreto do governo estadunidense, a Operação Renascimento. O jovem recruta topou a proposta no ato. Steve então foi submetido a uma infusão de um composto elaborado pelo Dr. Abraham Erskine, o Soro do Supersoldado, e bombardeado com radiação de baixa intensidade. O experimento, apresentado sigilosamente diante de uma comissão de integrantes do governo dos Estados Unidos, foi um sucesso e Rogers ressurgiu com um corpo em condições físicas perfeitas e capacidades acima da média.

Ele deveria ter sido o primeiro de uma nova leva de supersoldados, mas acabou se tornando o único. Na plateia que assistia ao experimento, havia um espião nazista que assassinou o Dr. Erskine assim que percebeu que o soro era bem-sucedido. Rogers matou o espião atirando-o contra um gerador elétrico, mas a fórmula do supersoldado se perdeu para sempre, pois ela só era conhecida pelo Dr. Erskine.

Diante de suas capacidades únicas, Rogers foi submetido a extensos treinamentos, condicionando seu corpo e moldando sua personalidade, tornando-se um especialista em combate corpo-a-corpo, além de um exímio estrategista. Encarregado de representar o espírito de luta pela liberdade intrínseco aos Estados Unidos da América, ele ganhou um traje especial inspirado na bandeira estadunidense e um escudo indestrutível, sendo batizado de Capitão América.

No cenário europeu da guerra, Steve Rogers compareceu em todos os campos de batalha em que o Capitão América era necessário. Ferrenho perseguidor de Hitler e seus asseclas, o herói encontrou no Caveira Vermelha, um agente sanguinário sob ordens diretas do führer, seu mais ardiloso adversário.  No entanto, ele também enfrentou outros “símbolos” do Eixo que lhe faziam oposição, tais como o primeiro Barão Zemo e o Grande Mestre. Quando um adolescente chamado Bucky Barnes descobriu que Steve Rogers e o Capitão América eram a mesma pessoa, acabou aceito por sua coragem e ousadia como parceiro pelo herói. 

Tocha Humana, Centelha, 
Capitão América,
Bucky e Namor na capa de

Giant-Size Invaders nº 1 (1975)
Arte de Frank Robbins.
(Fonte: Comic Book Movie)


A dupla viveu diversas aventuras e também fez alianças com outros superseres que combateram as forças opressoras de Hitler, Mussolini e Hirohito, tais como Namor, o Príncipe Submarino, o Tocha Humana original e seu parceiro Centelha, Spitfire, Aarkus, o Visão e o herói inglês Union Jack. Juntos, eles forjaram a superequipe Os Invasores.  

No fim da Segunda Guerra, o Capitão América e Bucky encurralaram o Barão Zemo que, em vingança, lançou um avião recheado de explosivos na direção dos Estados Unidos. Na tentativa de impedir o sucesso do plano, os dois heróis subiram à bordo da aeronave, mas esta explodiu antes, matando Bucky. Ou pelo menos foi o que se pensou... O Capitão América sobreviveu, mas foi atirado pela detonação nas águas do Oceano Ártico onde, graças ao Soro do Supersoldado, permaneceu por anos em estado de animação suspensa, sem envelhecer um único dia.







Décadas depois, o herói foi resgatado de seu esquife de gelo pelos Vingadores, equipe de super-heróis que o acolheu e da qual o Capitão América se tornou o principal pilar e líder natural. No entanto, os Estados Unidos que ele encontrou não era o mesmo país de seu tempo, especialmente por causa de suas controversas atitudes políticas e sociais, o que levou Steve Rogers a reavaliar seu papel no mundo. Hoje, ele luta por ideais de liberdade e justiça onde quer que vá, independente de cores nacionais.

Durante seu retorno às atividades heroicas, o governo estadunidense pressionou Steve Rogers para que ele obedecesse estritamente à autoridade maior do país ou que abandonasse o manto do Capitão América. Ciente de seus direitos e contrário a essa influência sobre suas ações, Rogers entregou o uniforme e o escudo de Capitão América. Com o apoio de Tony Stark, alter-ego do Homem de Ferro, Steve confeccionou um traje similar ao seu antigo - mas preto, simbolizando seu luto com a atitude do governo de seu país- e um novo escudo, assumindo a identidade de Capitão para continuar como combatente do crime. Depois de um desastroso período em que a roupa e o escudo do Capitão América foram assumidos por um guerrilheiro de extrema direita, Steve retomou sua identidade original. 

Além dos Vingadores, o Capitão América encontrou novas parcerias nos dias atuais. O garoto Rick Jones – que assumiu por um tempo a identidade de Bucky-, o herói alado Falcão e a própria agência de segurança S.H.I.E.L.D. – liderada por seu velho companheiro de guerra Nick Fury- auxiliaram o Capitão em seus novos combates. Aliás, foi na S.H.I.E.L.D. que Steve Rogers conheceu Sharon Carter, a Agente 13, seu mais marcante par romântico. 

O Capitão América reencontra Bucky transformado
no Soldado Invernal.
 

Arte de Steve Epting
(Fonte: My Comic Shop)
Embora os nazistas tenham sido derrotados, em sua nova fase o Capitão América encontrou novos adversários naqueles que buscam ver suas visões políticas como hegemônicas à força, tais como o cientista Arnim Zola; o psiquiatra Dr. Faustus; as organizações criminosas H.I.D.R.A. e IMA; e o terrorista Ossos Cruzados e o mercenário Batroc, sem falar em sua nêmese, o Caveira Vermelha, que assim como ele sobreviveu às décadas e agora atua pela anarquia com sua filha Pecado.


Recentemente, o Capitão América reencontrou Bucky e descobriu que ele também sobrevivera à explosão do avião, mas que fora resgatado pelo governo soviético e transformado no frio assassino chamado Soldado Invernal. Libertado da lavagem cerebral, Bucky chegou a assumir o manto de Capitão América durante um período em que Steve Rogers foi dado como morto.




Graças ao Soro do Supersoldado e a seus intensos treinamentos, o Capitão América é dotado de uma condição física perfeita, tem resistência, força e reflexos ampliados; é um verdadeiro mestre em variadas artes marciais, tendo conhecimento sobre técnicas de artilharia, infantaria e estratégia. Sua arma padrão é um escudo circular feito de uma liga de vibranium e adamantium, capaz de rebater disparos de qualquer natureza, absorver fortes impactos e também ser lançado num efeito semelhante ao de um bumerangue. 


O famoso escudo do Capitão voa para nocautear os vilões. 
Arte de Steve McNiven para Captain America nº 1 (2011)
(Fonte: Comic Book Movie)



Fonte

  • Capitão América em Enciclopédia Marvel, Panini Comics (2007);
  • Dossiê Capitão América em Mundo dos Super-Heróis nº 17, Editora Europa (2009).

segunda-feira, 18 de março de 2013

Arcano: O Mal Em Busca da Imortalidade!







Arcano em pin-up de Steve Bissette
(Fonte: It's a Bit Of a Shame)

Por Valdemar Morais





Nome Original: Arcane.
Criadores: Len Wein e Berni Wrightson.
Alter-egos: Anton Arcane.
Amigos: Não-Homens, Homem-Remendado.
Afiliações: Inferno.
Primeira Aparição (ponta): Swamp Thing nº 1 (1972)- DC Comics.
Primeira Aparição (completa): Swamp Thing nº 2 (1972)- DC Comics.











Cientista e feiticeiro amador, Anton Arcane era um homem que sempre teve duas grandes obsessões: a conquista do poder supremo e a da vida eterna. Na jornada para obter essas dádivas, Arcane, oriundo de um país balcânico, se aliou aos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, utilizando a estrutura científica dos alemães para seu intento. Não obtendo êxito, ele se voltou para o ocultismo, no qual deu origem a criaturas abomináveis como os Não-Homens e o Homem-Remendado, a partir do cadáver de seu próprio irmão, Grigori.

O tempo passou e com seu corpo envelhecido e debilitado, na iminência da rejeitada morte, Arcane tomou conhecimento sobre um poderoso ser que vivia nas matas fechadas da Louisiana e viu no Monstro do Pântano uma chance de realizar suas ambições. Para isso, entrou em contato com a criatura e sabendo de sua então trágica condição, ofereceu devolver-lhe a vida como Alec Holland em troca de seu corpo vegetal para ele mesmo. O Monstro concordou e misticamente se viu novamente um homem de carne e osso. Porém, quando descobriu que Arcane tencionava usar suas novas habilidades para dominar o mundo, ele abruptamente reverteu a transformação. O efeito foi aparentemente fatal para Arcane.



Matt Cable, marido de Abby, se
revela possuído por Arcane na
capa de
Swamp Thing nº 31 (1984).
Arte de Steve Bissette
(Fonte: Terra Zero)




Mas ele retornaria, com o nome de Arcano, várias vezes a fim de lesar o responsável pelo fracasso de seu momento mais glorioso. Em suas aparições, graças às suas habilidades místicas, Arcano apareceu em diversas formas: a de um Não-Homem, uma criatura que lembrava um inseto e chegou até a tomar o corpo de Matthew Cable, então marido de sua sobrinha, Abby. Porém, num último confronto com o Monstro do Pântano, Arcano encontrou seu fim e foi direto para o inferno.












Lá, após severas torturas, Arcano foi considerado maligno o suficiente para se tornar um dos demônios menores sob o comando de Belzebu. Antes, o vilão tinha apenas seu intelecto e seus conhecimentos sobre magia para realizar seus planos, mas transformado num demônio, suas habilidades se tornaram ainda mais desafiadoras para o Monstro do Pântano. Arcano é capaz de comandar verdadeiros exércitos de insetos, animar cadáveres, possuir corpos, dominar mentes e criar ilusões aterrorizantes.

Arcano voltou como principal antagonista
do Monstro na nova série do personagem (2011).
Arte de Yanick Paquette

(Fonte: DC Wikia)


Fonte